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Amigo dos animais, morador de rua se arrisca para fazer o bem e recebe nova chance na vida

Razões para acreditar no ser humano.


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Nem o vício em crack nem as dificuldades da vida na rua tiraram de Everton Soares Pereira, 35 anos, o senso de justiça. No dia 14 de outubro, Everton estava em seu barraco improvisado nas proximidades do Anfiteatro Pôr do Sol, em Porto Alegre, quando ouviu gritos desesperados de uma jovem que estava sendo estuprada por dois homens.

Everton correu até o local e pediu para um amigo, também morador de rua, chamar a polícia. Ao chegar ao local e constatar o crime, Everton pediu que os homens soltassem a jovem. Um deles o ameaçou com uma arma e Everton recuou. Procurou um pedaço de pau – artefato que certamente não o protegeria das balas – e voltou ao anfiteatro logo após. A polícia já estava lá e prendeu um dos suspeitos em flagrante. O outro correu atirando, mas foi pego logo depois.

Além de sofrer violência sexual, a jovem foi brutalmente espancada e chegou ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS) em estado grave. A estudante de 16 anos está se recuperando e recebendo acompanhamento psicológico. Por decisão judicial, um dos homens, mesmo pego em flagrante, foi solto por ser réu primário. O caso ainda está em aberto.

Everton, o corajoso morador de rua que ajudou a polícia a salvar a jovem, pediu apenas vacinas e acompanhamento para sua cachorrinha chamada Alemoa e 6 filhotes. Everton, encontrou Alemoa há cerca de 5 anos e desde então vem cuidando dela. Recentemente, ela teve 6 filhotes e a situação ficou complicada para Everton cuidar de todos. Natural de São Lourenço do Sul (200 km de Porto Alegre), Everton tinha esposa e filho, mas o vício em crack o levou para as ruas há 8 anos.

Comovida com a história, a dona de uma clínica veterinária ofereceu acompanhamento gratuito aos animais. Ao receberem os cãezinhos, os veterinários se surpreenderam com a boa saúde e aparência deles. Mesmo estando com alguém sem as mínimas condições, os animais estavam muito bem tratados.

Ao conhecer a clínica que ofereceu os serviços gratuitamente, Everton viu que poderia ter ali uma nova chance e pediu um emprego. Silvia Mara, dona da clínica, aceitou o morador de rua por um período de experiência e já tem planos de assinar a carteira de trabalho de Everton, que deverá também receber um lugar para morar.

A maneira como o morador de rua se refere aos animais revela sua índole. O bem que Everton fez à jovem – que hoje poderia estar morta – voltou para ele na forma de uma nova chance. E ele a abraçou.

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