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Entenda o que é ‘água virtual’ e como o Brasil exporta nosso bem mais precioso dentro de sacos de soja


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O termo “negócio da China” acaba de ser substituído por “negócio do Brasil”.

Comprar soja e outros grãos do Brasil para alimentar porcos e bois criados em sistema de confinamento sai mais em conta do que lidar com os problemas ambientais que o agronegócio traz e muitos países já descobriram isso há anos. No ano 2000, a Europa era o principal destino da soja cultivada em Mato Grosso, estado que mais produz o grão no país. Hoje, a China encabeça a lista de clientes da nossa soja.

A monocultura da soja é o segundo maior problema para o meio ambiente do nosso país, especialmente na Amazônia. Esta atividade só não é mais nociva para aquela região do que a pecuária de corte. Para alimentar os bilhões de aves, suínos e bovinos que são criados na Ásia, a China importa incontáveis navios carregados de soja, milho e outros grãos. Plantar estes alimentos demanda espaço, água e outros recursos naturais e eles não querem este prejuízo ambiental por lá.

Como o governo brasileiro exporta commodities agropecuários sem incluir o custo ambiental, o Brasil torna-se uma espécie de quintal para produção de alimentos para animais da pecuária, uma grande fazenda na América do Sul que produz muito e cobra pouco.

A “água virtual” é a quantidade de água empregada para produzir um produto em um determinado local, porém destinado para outra localidade, criando assim um fluxo virtual entre os países.

Maria Victoria Ramos Ballester, professora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba, explica o termo “água virtual” com um exemplo: “A China adotou uma política de aumentar as importações de culturas de elevado uso de água, como a soja, o que reduz a demanda de água na Ásia, mas aumenta a dependência de quem produz mercadorias que necessitam de irrigação no Mato Grosso.” – diz a pesquisadora em matéria publicada no site da USP (leia aqui).

O Brasil gasta cerca de 1.800 litros de água para produzir um único quilo de soja em grãos, segundo a UNESCO (veja aqui / veja aqui). Isso significa que, a cada um quilo de soja importada, a China está deixando de comprometer 1.800 litros de água de seu território. Como a água é um dos recursos mais preciosos e cada vez mais escasso, o negócio torna-se muito atraente.

Em outro exemplo, quando um país importa um quilo de carne do Brasil, está levando na bandeja mais de 15.000 litros de água que poderiam beneficiar nossa própria população.

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