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Estudo aponta ligação entre o desmatamento da Amazônia e a seca em São Paulo

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O pesquisador Antonio Donato Nobre, do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), concluiu que a seca que assola o estado de São Paulo em 2014 tem relação direta com o desmatamento da floresta na região amazônica. Nobre é PhD e atua em pesquisas sobre a Amazônia desde 1985.

Depois de analisar mais de 200 estudos relacionados ao clima dessa região, Nobre elaborou um relatório de avaliação científica chamado “O Futuro Climático da Amazônia” (veja o PDF). No documento, o pesquisador reclama da falta de vontade política e de atitudes drásticas para evitar o pior: “O desmatamento zero, que já era urgente há uma década, ainda é colocado como uma meta a ser realizada em futuro distante.” – diz Antonio.

Nobre alerta ainda que, se o desmatamento da Amazônia continuar, há grandes chances de boa parte da América do Sul tornar-se uma região de deserto. Isso inclui a maior cidade da América Latina, São Paulo. A maior parte da água que chega às regiões sudeste, centro-oeste e sul do Brasil vem da Amazônia. O movimento se dá através dos chamados “rios voadores”, que são grandes massas de nuvens carregadas com água que cruzam a América do Sul.

Como exemplo, podemos citar que mais da metade da água que abastece os reservatórios da cidade de São Paulo sai do Oceano Alântico, na Linha do Equador. As nuvens formadas pela evaporação do oceano são naturalmente sopradas para o interior do continente, como acontece em outras regiões do globo. Em todos os outros lugares, as nuvens passam por dentro dos continentes e se perdem em outro oceano. Mas na América do Sul, por conta da Cordilheira dos Andes, a umidade é distribuída de forma melhor, proporcionando um clima ameno em uma região que, considerando sua posição geográfica, poderia ser desértica.

Embora pouco citada no estudo de Antonio, a pecuária é uma das principais causas do desmatamento na Amazônia e, consequentemente, forte colaboradora da seca que vivemos. Para criar gado e atender a demanda que, em sua maior parte, vem justamente das regiões que hoje sofrem com a falta de água, pecuaristas derrubam a floresta e fazem pastos. No processo, queimadas gigantescas são produzidas para limpar as áreas onde ficarão os bois. Todo esse desmatamento colaborou para que, em 40 anos, a região amazônica perdesse área em floresta equivalente a duas Alemanhas.

A equação é muito simples: menos floresta é igual a menos umidade que é igual a menos chuva. Com a falta de chuvas, além de problemas para a população, indústrias de todos os setores quebrarão levando ao desemprego e ao caos.

Mesmo quando a carne não é produzida na Amazônia, seu processo demanda uma grande quantidade de água potável. Desde o cultivo de grãos destinados para a ração dos animais até a limpeza dos frigoríficos, muita água é desperdiçada. Estima-se que mais de 15 mil litros de água sejam gastos para a produção de apenas um quilo de carne. Laticínios e ovos também estão entre os produtos que mais desperdiçam água em sua produção.

Portanto, além de não colaborar para o massacre de bilhões de animais anualmente, deixando de consumir carne, laticínios e ovos você estará ajudando também na preservação do bem mais precioso que temos: a água.

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