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Aniversário infantil com distribuição de pintinhos encaixotados gera polêmica no Facebook

Dicas de como não fazer uma festa infantil.


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Uma festa de aniversário realizada no último final de semana na cidade de Guapé tem dado o que falar nas redes socias. Guapé tem pouco mais de 13 mil habitantes e fica a 292 km de Belo Horizonte, na região sul do estado de Minas Gerais.

Andréa Alves, funcionária pública do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), contratou o bufê da empresária Rose Fonseca para preparar uma festa infantil para o seu filho, um lindo garotinho que acabou de completar 2 anos de idade. O tema da festa foi “Galinha Pintadinha”, a personagem que deixa as crianças felizes e hipnotizadas na frente da TV.

A ideia da festa foi ótima, afinal, as crianças têm uma afeição especial por animais desde muito pequenas e grande parte dos personagens infantis são animais como patos, pássaros, porcos, galinhas, gatos, cachorros e por aí vai. A festinha foi um sucesso, não fosse um “detalhe” da decoração: pintinhos vivos presos em pequenos caixotes de madeira.

Os pintinhos ficaram encaixotados durante toda a celebração, incluindo a preparação da festa, a chegada dos convidados e a festa em si. As caixinhas de madeiras com pintinhos vivos dentro podem ser notadas ao lado da mesa central, em fotos publicadas no Facebook pelo fotógrafo Vinícius Nogueira nesta terça-feira (21).

No final da festa, os pintinhos foram distribuídos aos convidados como uma lembrancinha do aniversário. “(…) deu até briga, todos queriam os pintinhos… kkkkkkkkkkkkk” (SIC) – declarou Rose Fonseca, dona do bufê, em um comentário no Facebook. Para se defender das inúmeras acusações de maus-tratos aos animais, Rose disse no comentário que os pais que disseram que não teriam condições de cuidar do animal não levaram a caixa com o pintinho.

Mas essa história é conhecida e se repete em toda distribuição de animais. As crianças, em sua inocência e amor aos animais, pedem aos pais que peguem os pintinhos para levar para casa. Os pais, em uma situação constrangedora e com medo da criança ficar doente ou chorar compulsivamente, acabam aceitando o animal. Ele obviamente vai crescer e dar trabalho para cuidar e os pais sabem muito bem disso. Dias depois de pegar o bichinho dão um jeito de distrair a criança com um brinquedo novo e colocam um fim na brincadeira. Normalmente os animais são jogados em algum terreno baldio e largados à própria sorte.

Na página no Facebook do fotógrafo contratado para registrar a festa, internautas demonstraram insatisfação: “Já parou para pensar que esses pintinhos vão crescer e se não morrerem vão se tornar galos ou galinhas e que nem todos que receberam essa ‘lembrancinha’ poderão cuidar devidamente desses animais?” – comentou uma usuária. “Maus-tratos aos animais dá cadeia.” – lembrou outro internauta, que também prometeu denunciar o caso ao Ministério Público.

Tramitam pelo Brasil Projetos de Lei que tornam o ato de distribuir animais um crime, independentemente de constatados maus-tratos ou não. É o caso do PL 554/2014, do estado de São Paulo, que prevê multa de R$ 4.250,00 por animal encontrado em situação semelhante à da festa em Guapé. Se uma lei com estes preceitos existisse em Minas Gerais, os organizadores da festa infantil poderiam receber uma multa de cerca de R$ 150.000,00.

A irresponsabilidade da dona do bufê que apresentou esta solução repugnante de lembrancinha deve ser compartilhada com a contratante, a mãe, que aceitou tal situação em sua casa. Animal não é brinquedo, não é objeto e não deveria ser considerado um produto em nenhuma situação.

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