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Coordenador da OMS afirma que não há um nível seguro para consumo de carnes processadas

Cientista jogou mais lenha na fogueira e bateu de frente com a indústria.


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Desde o anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre as carnes processadas estarem definitivamente classificadas como cancerígenas (entenda aqui), a notícia não para de rodar o mundo. Mas a maioria dos meios de comunicação, como sempre, tentam tranquilizar o consumidor ao invés de dizer com todas as letras e números o que os cientistas informaram.

Para citar o exemplo do meio de comunicação com maior alcance do país, o Jornal Nacional, da Rede Globo, começou sua matéria sobre o alerta da OMS assim: “Se você está saboreando uma deliciosa feijoada, calma! Não precisa largar o garfo”. E manteve o tom de “não é bem assim” durante toda a reportagem, enfatizando que não é preciso abandonar o consumo de carnes processadas, e sim diminuir um pouco a ingestão.

Praticamente todos os grandes veículos no Brasil e no mundo colocaram em suas manchetes que a OMS diz que carnes processadas “podem causar câncer”. Na realidade, a OMS afirma que bacon, salsicha, mortadela, salame e similares “causam” câncer. É uma sutil mudança na forma de falar, mas que faz toda a diferença.

O fato de quase toda a mídia ser bancada por publicidade de carnes processadas de grandes marcas como JBS-Friboi, Sadia, Seara, Perdigão e outras deixa claro por que tanta cautela desses meios de comunicação em falar com a população sobre alertas oficiais contra esses produtos.

A maioria dos telejornais, programas de TV e jornais impressos também afirmou que a OMS disse que o excesso no consumo de carnes processadas pode causar câncer. Sobre isso, o coordenador do documento emitido pela OMS, Kurt Straif, é categórico: “Não encontramos um nível de consumo livre de riscos.” – disse em entrevista ao jornal espanhol El País (veja aqui).

O cientista da OMS não pegou leve ao rebater as críticas que a Organização Mundial da Saúde vem recebendo da indústria pecuária em todo o mundo. “Nossa força está no fato dos melhores cientistas da área, sem conflitos de interesses e laços com empresas e outros grupos, terem analisado todos os testes científicos e chegado a melhor conclusão possível. Por outro lado, a indústria sempre tem interesses ao comentar sobre esses assuntos porque seu objetivo é que as vendas de carne vermelha e processada não deixem de crescer. Deixo ao público a decisão em quem confiar.” – disse.

Kurt afirmou ainda que espera que esse documento faça com que os governos tomem atitudes em nome da saúde pública e que as pessoas o tomem como importante para suas vidas. “Esse estudo, por um lado, contribui com informação às agências de saúde pública nacionais e outros órgãos responsáveis para que medidas sejam tomadas e recomendações de consumo sejam feitas. Por outro, diz às pessoas: ‘Se quer reduzir seu risco de ter câncer, mostramos aqui uma forma de fazê-lo.” – concluiu.

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