Rodrigo Faro, Fátima Bernardes e Alex Atala se unem para incentivar o abate de animais

Em uma nova grande investida para incentivar o consumo de animais, a JBS-Friboi lançou na noite dessa terça-feira (7) uma plataforma que reúne conteúdos publicitários sobre a carne de frango. A nova campanha é para a marca Seara, que mata 5,6 milhões de animais por dia e que pertence ao grupo JBS-Friboi.

A festa de alto padrão que marcou o lançamento da plataforma Hoje Tem Frango foi realizada no Jockey Club de São Paulo e contou com a presença de muitos famosos. As atrizes Cleo Pires e Gabrielda Duarte, que em outros momentos já demonstraram apoio à causa dos animais, conpareceram e posaram para fotos endossando a campanha para o abate de frangos. As cantoras Preta Gil e Luiza Possi se encarregaram da música ao vivo.

Mas quem realmente está emprestando credibilidade para a ação é o apresentador Rodrigo Faro, da Rede Record, que aparece ao lado do chef Alex Atala e da apresentadora da Rede Globo Fátima Bernardes.

Além de receitas que usam frango, o objetivo da plataforma Hoje Tem Frango é responder dúvidas comuns do público, muitas vezes rebatendo indiretamente argumentos utilizados por ativistas dos direitos dos animais. Para isso, o site da campanha tem uma área chamada “mitos e verdades”.

Em um dos primeiros vídeos publicados nessa área, o apresentador Rodrigo Faro responde à seguinte pergunta: “Frango recebe hormônio?”. Com a ajuda do chef Alex Atala e de um funcionário da Seara, Faro conclui que os frangos abatidos pela empresa não recebem hormônio para crescer mais rápido. No mesmo vídeo, no entanto, eles admitem que os animais recebem vacinas e antibióticos, mas alegam que esses medicamentos não ficam impregnados na carne dos animais. Eles afirmam que o produto que chega ao consumidor não tem qualquer risco de contaminação por antibióticos ou vacinas (assista aqui).

No entanto, há alguns meses a empresa lançou uma linha de produtos à base de frango chamada Seara Da Granja. Nessa linha, um dos principais argumentos de consumo é o fato de que os frangos abatidos para a Seara Da Granja são criados sem o uso de antibióticos ou hormônios (confira aqui).

A linha de produtos Seara Da Granja, feita com frangos criados sem medicamentos, custa em média 40% a mais do que a linha convencional da marca. Ou seja, eles sabem que criar animais à base de drogas torna o produto final menos nobre.

Em outro vídeo publicado na plataforma, Rodrigo Faro responde à seguinte questão: “É verdade que os frangos ficam presos, comendo e recebendo luz, sem dormir?”. Mais uma vez com a ajuda de um funcionário da Seara, Faro conclui que isso é apenas um mito (assista aqui). As aves que ficam nas condições descritas na pergunta são as da indústria dos ovos, ou seja, as galinhas. Sabendo muito bem disso, os redadores que trabalham para a Seara resolveram abordar o tema para posicionar a marca quase como amiga dos animais. O texto afirma que as granjas são bem equipadas, que os frangos têm alimentação balanceada e água tratada e que a empresa preza pelo bem estar dos animais. Os mesmos animais que ela mata aos milhões por dia, vale lembrar.

Na indústria do frango, os animais realmente não costumam ficar em gaiolas como as galinhas da indústria dos ovos. E isso não é porque a empresa quer ser legal com os animais, mas sim porque não há necessidade de manter os animais em gaiolas. Quando a ave é criada para corte, fica em galpões com milhares de outras aves e é isso que eles chamam de “não ficar preso”.

Não foram reveladas as cifras da nova investida da JBS-Friboi, mas já é possível imaginar que não ficou barato. À Folha de S. Paulo, a diretora de marketing da empresa afirmou que esse é um dos maiores projetos já realizados pela Seara no país (confira aqui).

No início de abril, a JBS-Friboi já havia lançado a Academia da Carne (relembre aqui) que reuniu nomes como a apresentadora da Rede Globo Ana Maria Braga e o chef Olivier Anquier para falar exclusivamente sobre carne bovina. A campanha está exaustivamente sendo anunciada em todos os canais de televisão.

A JBS-Friboi tem muito dinheiro e recursos para fomentar a continuação da exploração animal e gerar mais lucros. Os ativistas pelos direitos dos animais têm muita disposição e a internet, mas quase nenhum recurso. Que o bom senso prevaleça e que a sociedade possa enxergar quem está defendendo o quê para assim julgar o que deve ser seguido.

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