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São Paulo: policiais matam cão que brincava com crianças em Heliópolis e moradores protestam

Covardia e irresponsabilidade.


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Se você acessa o portal Vista-se com frequência sabe que nós somos focados na defesa de animais considerados de consumo (bois, galinhas, peixes, porcos etc), mas esse caso chamou nossa atenção.

A história do cãozinho Bob, covardemente assassinado no sábado (11), foi publicada nesta sexta-feira (17) no portal de notícias da Rede Globo, o G1 (confira aqui). Bob vivia nas ruas da maior favela de São Paulo, Heliópolis, após sua tutora se mudar para um apartamento e deixá-lo sozinho, sem casa.

O vira-lata era dócil e muito amado pelos moradores da comunidade, a ponto de ganhar comida, água e até banho com direito à gravatinha, como só os animais domésticos muito bem tratados têm. Todo esse cuidado chama a atenção especialmente porque os moradores vivem em uma região difícil, quase sem apoio do Estado e cercados de violência e falta de oportunidades.

Na noite do sábado (11), Bob brincava com crianças em uma calçada de Heliópolis quando passou uma viatura da Polícia Militar. Bob sempre latia quando uma viatura passava, talvez para tentar proteger as crianças, já que as viaturas em ronda passam sempre devagar e com os policiais olhando.

Segundo testemunhas, um dos policiais se irritou com os latidos de Bob, sacou a arma e deu um tiro na cabeça do cachorro. Ele fez isso de dentro da viatura e Bob, mesmo fosse agressivo, não teria nenhuma chance de morder o policial. Tudo aconteceu ao lado das crianças, que se reuniram aos prantos em volta de Bob, enquanto o animal agonizava na calçada. Ainda segundo relatos de várias testemunhas, outros policiais passaram zombando e rindo da situação, o que aumentou a raiva da população.

Além do crime contra o animal, previsto no artigo 32 da lei 9.605 (confira aqui), o policial utilizou arma de fogo em via pública sem nenhuma necessidade de defesa e próximo a crianças, que poderiam ter sido feridas. O trauma da cena que essas crianças presenciaram também é um fator agravante. Se a imagem que as crianças que crescem nesse ambiente têm da polícia já não é boa, fica ainda mais machada depois de uma irresponsabilidade dessas.

Revoltados, os moradores queimaram caçambas, fecharam ruas e até um ônibus foi incendiado. Certamente a depredação e o vandalismo não são a maneira mais correta de se manifestar. Por outro lado, foi justamente a intensidade dos protestos que chamou a atenção da mídia e fez com que a história fosse divulgada.

A Polícia Militar emitiu nota limitando-se a dizer que “não há registro de animais feridos” na noite do ocorrido. A população espera, sem muita esperança, que o policial responsável seja punido.

Esse caso nos lembra como as pessoas têm uma tendência natural de se relacionar bem com os animais. É a empatia com outras espécies que tanto falamos quando divulgamos o veganismo.

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